24 de março de 2009

Mensagem de Apoio aos estudantes campinenses


Há exatamente uma semana Campina Grande assiste – quase sem reação – a protestos e mobilizações da classe estudantil contra o aumento tarifário nas passagens de transporte público, que passa de R$1,55 para R$1,70. O aumento foi concedido pelo juiz da 3ª Vara da Fazenda Pública, Ruy Jander Teixeira, no dia 11 deste mês e deveria entrar em vigor (segundo os planos da SITRANS - Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de Campina Grande) na sexta feira dia 13, mas o aumento da tarifa só foi autorizado pelo prefeito Veneziano Vital do Rego na última terça feira (17) sob a ameaça de receber multa diária de R$5 mil por descumprir ordem judicial. Então há o posicionamento da prefeitura que recorre a decisão da Justiça.

Diante do anúncio de mais um aumento tarifário, movimentos estudantis campinenses articularam-se e realizaram o primeiro protesto contra a medida na segunda feira (16), onde foram fechadas avenidas da cidade. Em seguida o movimento dirigiu-se ao SITRANS em protesto também a declaração do superintendente da instituição, Anchieta Bernardino, que culpou os estudantes como causa de necessidade do aumento. Após arremesso de ovos na fachada do prédio os protestantes invadem o terminal de integração onde realizam protesto e em seguida a dispersão do movimento com seus participantes usufruindo gratuitamente do sistema de transporte coletivo.

Na terça feira, segundo dia de protestos, os estudantes da UEPB, estudantes secundaristas (principalmente do Colégio Estadual da Prata) e alguns poucos estudantes da UFCG fecharam o trânsito da cidade novamente, mas dessa vez o alvo principal era outro: A prefeitura. Houve a invasão do prédio da Secretaria de Finanças e Administração e a exigência de um diálogo com o prefeito. Após algumas horas no prédio e um telefonema avisando que o prefeito estaria na cidade de João Pessoa em reunião o movimento segue novamente para o terminal de integração que é invadido e há a promessa de um novo protesto.

Após interditar as ruas do centro da cidade no terceiro dia de mobilização (quinta feira, 15), a Câmara de Vereadores é ocupada pelos estudantes que realizam sua reivindicação e o presidente do Poder Legislativo afirma estar disposto a marcar audiência com os estudantes. Após a dispersão do movimento no terminal de integração entra em cena a polícia com seu despreparo, autoritarismo e brutalidade que tomam alguns estudantes como bodes expiatórios sendo agredidos e presos sob acusação de dano ao patrimônio público e desacato a autoridade.

Chega a ser vergonhoso algumas atitudes e veiculação de informações nos meios de comunicação. No dia seguinte a agressão policial todos os noticiários de TV, rádio e jornal impresso falavam em “Confronto de estudantes contra policiais”, mas como iria haver confronto se a polícia agrediu e prendeu estudantes sob a acusação de danificar o patrimônio público que encontrava-se e permanece intacto até o presente momento, estudantes que foram surpreendidos e não puderam reagir diante da covardia policial?

Os sete estudantes levados a delegacia foram liberados e responderão processo em liberdade, mas após exames de corpo e delito e a apresentação de vídeos da ação policial (além de depoimentos de testemunhas presentes no local) serão realizadas investigações sobre as agressões e abuso de poder, que provavelmente terá seus algozes impunes.

Hoje após pagar a passagem em um ônibus da empresa Cabral perguntei ao cobrador o que ele achava sobre o aumento. Sua resposta foi: “Eu não posso achar nada”.

Há exatamente uma semana Campina Grande assiste a protestos contra o aumento da passagem de transporte público. Há exatamente uma semana viemos lutando por nossos direitos e contra o aumento abusivo que anualmente é imposto pelos grandes empresários. Cabe perguntar se é hora de desistir após agressão policial, ou se você, cidadão também não tem o direito de “achar nada”.

TEXTO "ROUBADO" DE SANDRO "VESPA" MANGUEIRA - ESTUDANTE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DA UEPB

19 de março de 2009

Protestos em CG
















Nesse momento acabamos de ver imagens dos protestos ai em Campina, e realmente eu tenho que dizer o quanto estou chateado (mas nao surpreso) com mais esse aumento no preço das passagens.

Pra variar, a policia fez o seu "trabalho", e foram, se nao me engano, 8 estudantes presos, fora as agressoes de praxe.

Acreditem, hoje, mais do que nunca eu queria estar ai em Campina com vocês.

Força companheiros!



Foto roubada de Thiago Judeu

O país dos Anfitriões! "¡Dale, Venezuela!"

Petrus de namorico com seu mangueador, Eu de sorriso amarelo, Rienzy com cara de desconfiado, Igor dormindo e Luís com cara de PJ! hehe

Bom, aqui vai minha primeira postagem no blog, um pouco de minha visão das coisas que estamos vivendo, do que estamos sentindo na Venezuela! Mas antes eu digo que leiam, comentem, riam, se preocupem, mas se tiverem a oportunidade não deixem de fazer algo semelhante ao que estamos fazendo. Nem que seja por dias, semanas. Se quiserem meses, anos.. façam como lhes for conveniente. Mas, se puderem, não deixem de fazer; ler tudo o que estamos passando não fará alguém sentir a sensação de estar nisso, de tirar suas próprias fotos, conclusões, ouvir, conversar, etc.

"Bueno", falar um pouco de Santa Elena de Uairen é algo que os meninos explicaram bem! Já tinha ido lá, mas não dessa maneira tão nova! Conhecer uma galera muito mais que bacana, como "El Dios X-35", sua mulher "13" e seu filho Cosmo, além de "Lord Eduardo Sanchez"/"Satanás", "Pakal" e Holffman, um cachorrinho muito elétrico que além nos arranhar e morder bastante e pedir comida, deu um jeito de rasgar um pedaço da calça de PJ! hehehe! Ah, e não podia esquecer dos mosquitos que deram conta de mostrar quem realmente é dono da Gran Sabana!
Foi essa galera que nos recebeu no lugar onde mora, da melhor maneira! Começamos nossa viagem com uma sorte em conhecê-los! O lugar é muito bonito, além de nos trazer a um contato maior com a natureza e esquecer um pouquinho de um mundo um tanto complicado. Conviver com esses "chamos" durante três dias nos mostrou a maravilha de cozinhar na lenha, dividir uma sopa deliciosa feita com Ají(um tipo de pimentão pequeno) e Plátano(Banana comprida verde, que se cozinha junto com a sopa), tocar um pouco de flauta e melódica com Pakal, acordar ao canto de pássaros e ouvir a boa conversa de toda a galera auto-denominada de "Terceiro Grupo". Conversamos muito sobre suas opiniões políticas e o que percebi foi uma certa insatisfação com a idéia que se tem sobre política na Venezuela. PARA ELES, enquanto se faz um jogo Direita x Esquerda, onde a publicidade é o foco da questão, tanto por parte do governo quanto dos "Escuálidos"(como se chamam os opositores de direita aqui), o povo está cego e não há uma mudança real de pensamento, apenas uma idolatria que, historicamente, mostra o retrocesso dos processos de possível mudança social. E Santa Elena foi só a primeira cidade... Nada de agarrar conceitos cedo demais. Mas me guardei numa pergunta, que se aplica não somente à Venezuela:

As Pessoas realmente pensam de forma crítica ou acham que pensam, porque alguém/algo lhes manipula até que elas acreditem q estão pensando?

[...]

Agora estamos em Caracas, vendo outras coisas acontecerem, e ainda é muito cedo para termos uma opini
ão bem concreta do que estamos observando.
E enquanto procuramos respostas para uma série de questionamentos que nos aparecem, indo atrás de gravações para o nosso documentário, vi que estamos num País tão peculiar que chega a ser difícil descrever tanta novidade. Aos poucos tentaremos descrever isso tudo!

A Venezuela, como exemplificou Eduardo e 35 em Santa Elena (e eu não paro de repitir, pois foi um adjetivo bem encaixado), é como um Mini-Mundo, cheio de diferenças de clima, vegetação, relevo... Aqui se vê Gran Sabana, com montanhas, quedas d'água, uma paisagem maravilhosa e natureza rica por estar no maciço das guianas(região dos tepuis), se vê Los Llanos, região que ainda não conhecemos mas escutamos falar do povo muito solícito e batalhador, que dribla as adversidades da natureza, por viverem numa terra difícil, como no Nordeste do Brasil, se vê Mar do Caribe, com praias que parecem paraísos fictícios de propagandas de creme dental(hehe), se vê a região dos Andes, desertos, floresta amazônica... uma variedade da porra!


E se vê Caracas, cidade de clima tropical que nos presenteou com um friozinho de surpresa! Ah, e que também nos surpreendeu, olha o que se vê no meio da cidade:
Monte Ávila, ao fundo.

Foto tirada por um de nós. Ao fundo, mais uma vez, a montanha.

Além do país do "No se puede" sinceramente, para mim, estamos mais no País do "Sinta-se em casa!". Para os brasileiros que foram maltratados aqui e colocaram um certo medo na gente, desculpem-nos, mas, ou estamos com uma sorte do Cacête, ou as pessoas daqui têm o maravilhoso e típico sangue latino! Eu, particularmente, fico com a segunda opção! De Santa Elena até aqui, além de tantas aventuras que passamos em um só dia em Puerto Ordaz(como Igor transmitiu), com direito a uma dormida nos Bombeiros, um chá de cadeira de quase 8 horas em uma prefeitura e etc e tal, tivemos uma recepção em Caracas que não esperávamos, afinal, chegamos atrasados devido ao Ônibus! Mas quem estava nos esperando para dormir com a gente? George, amigo que os meninos conheceram no Barco na ida de Belém a Manaus. Além de sua maneira de andar bem particular, de aparecer quando menos esperamos e de assobiar canções como Asa Branca e Garota de Ipanema(coisas que nós 5 não sabemos fazer como ele!) enquanto caminha, George foi e está sendo um anfitrião e guia sem igual. Não mediu esforços em nos ajudar nos trazendo na UBV(onde estamos ficando agora), na "Posada de la Vida", onde ficamos nos primeiros dias, no "Cuartel San Carlos", onde tentamos ficar... Nos mostrando a cidade, ensinando a pegar metrô! É pouco ou tá bom? hehe!
Essa foto precisa de legenda? kkkkk! George apresentando um leão tristonho de Caracas a uma parte do grupo!

George foi só a primeira de tantas outras pessoas que estão fazendo da nossa estadia aqui um prazer. Ralamos um pouquinho pra rir depois comendo pão com mortadela e beber a bendita Aveia no refeitório da UBV(vocês escutar mais dela depois), dar valor à comida que por vezes nem demos falta quando estamos em casa, bem tranquilos, só esperando alguém nos servir.

E isso é só o começo! Além de George, nomes como Luis Millan, Diana, Freddy e outros mais vocês vão escutar muito nas outras postagens!

Posso dizer com certeza que o frio de Caracas que me pegou de surpresa tá sendo compensado com o calor humano que encontrei aqui!

"¡Dale, Papa! Vamos aprovechar toda esta vaina, ¿si?"
Galera da pesada: Saskia e Till(Galera da Alemanha), Igor, Eu, George, Luís, Petrus e Rienzy!

P.S.: Às nossos pais e outros que n
ão gostem de palavrão, me desculpem, foi só pra enfatizar!

Memórias de San Félix

17 de março de 2009

Caracas - Parte 1

Depois do episodio do quartel dos bombeiros, nao sabiamos muito bem pra onde ir. O que tinhamos em mente é que de alguma forma deveriamos chegar em Caracas. Só nao sabiamos quando.

Entao saimos cedo do quartel, e fomos ao terminal apenas pra fazer uma pesquisa de preços.

Após algum tempo discutindo pra onde iriamos, desistimos da ideia de ir para Ciudad Bolivar. Mas ainda nao sabiamos para onde ir

(E por falar e comida, enquanto estavamos no terminal me lembrei do nosso estimado colega Pompeu, devido a uma rosquinha muito boa que comi por ali)

E nao aconteceu mais muita coisa, fora um episódio interessante (e que demonstra como Kima tem cara de gringo) quando fomos ligar para casa, e queriam nos combrar 30 reais o minuto.

Quando estavamos prestes a ir embora do terminal, nos demos conta que o onibus das 11:00 para Caracas estava parado. Eram 10:59. Rapidamente perguntei se havia vagas no onibus, e de fato havia. Tivemos cerca de 30 segundos para decidir, ou melhor: Mais uma vez deixamos o acaso decidir por nós. Embarcamos no onibus quase sem pensar(e eu confesso que esses imprevistos estao se tornando bastante interessantes).

Partimos para Caracas, sem saber onde iriamos ficar. Sorte que pouco antes de embarcar eu consegui ligar para um amigo nosso que mora em lá, o já citado, George Moreno(e sim, Theofilo,esse é o nome dele de verdade...), mas nao entendi muito bem o que ele dizia, e só tive tempo de avisar que chegariamos às 21:00 daquela mesma noite.

A viagem transcorreu sem nenhum fato notável, fora o fato de passarmos por um estado venezuelano, que é identico à Paraiba!

A vegetaçao, as casas, tudo parecia igual. Era como estar em casa. A semelhança era tanta que por um momento achei que estava passando por uma rua de Sumé!

Ah, outra coisa: o onibus quebrou. E seguiu viagem a quase 20 km/h.

Por isso atrasamos umas 2 horas, mas n fazia diferença quando chegariamos, porque n tinhamos onde ficar mesmo...

Assim que descemos na rodoviaria, constatamos uma coisa chata: Caracas nao tem aquele clima tropical que imaginavamos! kkkk

Infelizmente descubrimos isso ao mesmo tempo que vimos que iamos dormir na propria rodoviaria.

Estava um frio miseravel!

Me parece que estava 9 graus em Caracas, otimo para uma cidade tropical...¬¬

O lado bom da coisa era que George estava nos esperando na rodoviaria. O lado ruim, era que nao havia mais transporte para a cidade(o terminal ficava a uma meia hora de Caracas), e George n tinha carro.

O interessante foi a casualidade com a qual ele disse isso:

"Infelizmente n há mais transporte - ele"
"E como tu vai voltar?- eu"
"Ah, n vou...hahaa"

Afinal de contas ele dormiu no chao também....

Isso que é anfitriao!

15 de março de 2009

Venezuela, o pais do no se puede!


Assim que chegamos em Caracas um amigo nosso, o dje-Ó-rge(ou mestre dos magos), nos alertou de um traço cultural bem peculiar venezuelano. Aqui, ao contrario do Brasil onde se impera a cultura do "você sabe com quem está falando?", há um tipo de comportamento que tem se mostrado tao irritante quanto o seu cogenere brasileiro. O famigerado :


NO SE PUEDE!


Sem nenhum exagero, eu posso afirmar que essa é a frase que nós mais ouvimos desde que entramos na Venezuela.

E como a cada dia a lista aumenta, vamos postar aqui o que até agora fomos proibidos de fazer:

1. No se puede comer na rodoviaria
2. No se puede colocar o pé no banco da rodoviaria
3. No se puede tirar fotos do palácio de Miraflores
4. No se puede tirar fotos perto do palácio de Miraflores
5. No se puede tirar fotos na direçao do palácio de Miraflores mesmo que se esteja a kilometros de distancia dele
6. No se puede comer nos onibus intermunicipais
7. No se puede carregar comida dentro desses onibus.
8. No se puede manter as cortinas abertas em viagem de onibus.(mesmo viagem de longa duraçao)
9. No se puede vender pulseiras na Universidade Central da Venezuela
10. No se puede CONFECCIONAR pulseiras na Universidade Central da Venezuela
11. No se puede subir em cachoeiras
12. No se puede dormir até mais tarde no terminal de onibus, aparentemente é mau exemplo para as crianças(desculpe por n ter onde dormir!)

E meu segmento predileto: No se puede no metrô!

1. No se puede correr
2. No se puede sentar
3. No se puede tirar fotos
4. No se puede comer
5. Eu ñ entendi muito bem o desenho, mas ao que parece: No se puede levar malas no metro(tiraria uma foto disso se nao fosse proibido)
6. No se puede fumar






Galera transgressora:

11 de março de 2009

Mira coño, estamos jodidos!

Momento pao com mortadela antes de ir para Puerto Ordaz...notem o suor e a cara de cansados depois de 1 hora de caminhada.



Depois de uma estadia confortavel em Santa Elena seguimos para Puerto Ordaz. Atè agora nao sei de quem foi essa ideia estupida, mas no momento realmente, pareceu uma boa ideia para todos. Nao sabiamos o que nos esperava...

chegamos as 5 da manha, de forma que deu atè tempo de um cochilo. Depois de um descanso merecido fomos atras do basico: comida, abrigo e entrevistas.

A cidade parecia como qualquer outra cidade grande. Com Mcdonald´s , e shoppings por todo lado. Parecia um cidade artificial. Artificial e auto-explicativa: A praça dos tubos estava cheio de tubos; e a praça do ferro...bem...estava cheia de ferro!

Depois de passar por avenidas muito largas, e de algumas ligaçoes mal sucedidas, decidimos fazer a coisa mais logica numa situaçao dessas: Pedir abrigo ao prefeito!

Mientras eu e Kima partimos para mais essa aventura, o resto da galera ficou com mais um momento pao com mortadela!!!!

Entramos num onibus sem a certeza de estar indo para o lugar certo, porque a sede da prefeitura ficava em o que era outra cidade, antes da uniao das duas; ou seja a sede de uma cidade ficava na outra, meio perdidos seguimos rumo a San Felix mas como as piadas infames de Kima chamaram atençao, logo uma senhora começou a conversar e nos explicou onde deveriamos ir. Ela pensou que nós eramos caça-talentos, e pensou que era essa a oportunidade dela, falou que era atriz e tal.

Depois de uma viagem um pouco longa, chegamos a San Felix, a sede da prefeitura. O que nao seria nada extraordinario, fora o fato de que todo mundo a quem pediamos informaçoes dizia:" No te metas por San Felix", ou "San Felix? É por ali....mas nao vá pra lá! Voce vai ser roubado" etc. Falaram tao mal do lugar que quando finalmente descemos do onibus, Kima ja estava pedindo para ir embora. Corremos logo para a Alcaldia(prefeitura), com a esperaça de pelo menos conseguir um rango gratis.

Chegando na recepçao eu incorporei o senhor dos engolobadores, Alberto Granado, e comecei com a ladainha que, apesar de ser verdadem soa comoum 171 miseravel: "Buenos dias, nosotros somos estudiantes brasileños e estamos hacendo un documental pero no tenemos donde quedar...blablabla "

Fomos mandados de uma sala a outra, de um departamento a outro, atè parar no departamento de comunicaçao e imprensa, onde, depois de um cha de cadeira de 1h e 30 minuntos(razoavel para os padroes venezuelanos) fomos apresentados a um cara que faria atè o maior malandro do mundo ficar com vergonha. Era o relaçoes publicas do lugar(que n era o chefe do departamento, mas so descobrimos isso no final). Tirava de tempo, enrrolava, e a cada 1 hora vinha dizer pra gente :"20 minutos e jà atendemos voces". Sem assim atender nossos pedidos, que eram uma entrevista, ou mais importante : um lugar pra ficar.

Mais 1 hora de espera e finalmente fomos apresentados ao presidente do conselho municipal,Rafael Parra, para uma entrevista.
Fomos entrevista-lo em sua sala, para ter um pouco mais de tranquilidade, mas a todo momento eramos interrompidos por um celular de procedencia ignorado que tocava Reggaeton(especie de Calypso local, so que mais derrubado), nessas horas a vontade rir era incotrolavel, prinpalmente quando ele olhava pro celular com rabo de olho, e eu tentava nao olhar pra Kima porque sabia que ele estava se acabando de rir por atrás da camera. No caso dele era mais facil, mais eu como entrevistador tentava nao pensar no pitoresco da cena para estagar tudo.

Nesse ponto, a quase um dia sem comer, e sem dormir direito, nós estavamos exaustos, e ambos começamos a dar a boa e velha pescada.

Sorte que uma secretaria, talvez percebendo o nosso suplicio, nos ofereceu um café que deu pra nos seugurar. O Senhor Parra, falou por cerca de 1 hora e 15 minutos ininterruptos, o que seria otimo em uma situaçao normal porque conseguiamos muitas informaçoes, mas com a bateria da camera descarregando, e Kima quase dormindo, eu tentei por algumas vezes, sem sucesso acabar a entrevista. Principalmente porque estava ficando tarde e eu estava começando a imaginar a prefeitura fechando e nòs ficando na rua sem ter onde ficar.

Mas realmente foi uma entrevista produtiva. E ao final ele prometeu nos ajudar a encontrar um lugar onde ficar.

Ai que começou o verdadeiro chá de cadeira. Novamente mandados pro departamento de comunicaçao e imprensa, disseram que no atenderiam e "Un momentico".

E de momentico em momentico o tempo foi passando. E passando.Esperamos tanto que ja começavamos a conhecer os funcionarios do lugar. Depois de um tempo(cerca de 2 horas de espera) um funcionario me chamou. Animado, peguei minhas coisas e entrei na sala. Logo ele me explicou que nao iria nos atender, mas sim, que precisava da minha ajuda. Estava moendo um brasileira pela internet, e precisava de uma cantada em portugues...

Em resumo: estavamos a umas 2 hrs e pouco esperando alguma coisa, e o cara me pediu para moer alguem...

Pausa para reflexao

...

...

...

Pelo menos eu estava moendo alguem...kkk


Apareceu mais alguem dizendo um momentico. E outro. E outro.

As pessoas estavam sendo atendidas e iam embora e nos ficavamos. Passamos tanto tempo là que eu ja me sentia parte da decoraçao do lugar.

Mas quem nao se lasca nao tem historia.

Pra encurtar um pouco a historia: passamos ao todo umas 5 horas esperando(em pé), antes de ser atendidos para finalmente recebermos um previsivel nao. Mas como somos brasileiros e nao desistimos nunca, começamos "somos estudiantes...e tal", prestes a nos levantar a moça que estava nos atendendo tirou um envelope cheio de dinheiro da mesa e começou a contar dizendo"tudo que posso fazer é dar uns trocados a voces"... acho que a cara de cachorro sem dono de Kima ajudou porque ela deu 200 contos pra gente. Ou vai que ela contou errado. Sei là.

De quebra pela espera ganhamos duas bandeirinhas da Venezuela um mapa da cidade(alem dos trocados, é claro...), e uma carona de um funcionario que ficou com pena da gente.


Pensam que acabou?

Quando chegamos ao centro os caras ja estavam esperando a gente a umas 9 hrs, e sem saber onde estavamos. E o pior è que as diarias dos hoteis eram cer ca de 400 Bl. por pessoa, n serviriam muito o dinheiro que ganhamos. Eram 9 meia, e o tempo estava passando. Por sorte perguntei a um cara passando onde poderiamos ficar. Ideia meio louca, mas valida.

Foi corre negada até chegar la...e olha que o lugar era mais longe que a rodoviaria. Ficava literalmente na PQP.

Andamos. E andamos. E andamos....e finalmente chegamos ao...(pausa dramatica) quartel de bombeiros local...rsrs

Pela ultima vez do dia me adiantei e comecei "Mira, nosotros somos estudiantes brasileños y estamos haciendo un documental..."

Ai o cara disse com o rosto serio:

-"Em resumo- e o que eu creio que foi uma pausa dramatica da parte dele, para logo abrir um sorriso largo -voces nao tem inde ficar(kkk). Vamos entrando, pode vir!"

Indescritivel o alivio de saber que se tem um teto para dormir.

Depois de um tempo chamei umdos bombeiros para tirar uma foto porque ninguem acreditaria nisso depois(eu nao acreditaria)


Algumas vezes na noite fomos acordados por uma sirene do quartel, mas nada pode nos perturbar porque o pessoal tinha nos dado até colchao pra dormir!


Levantamos cedo no outro dia, e partimos rumo à rodiviaria, dessa vez sem destino certo.Mas o lugar para onde iriamos se mostraria depois um lugar mais louco que Puerto Ordaz!

Mas isso fica pra proxima.

Pois pessoal, quem nao se lasca nao tem historia...



P.s: Valeu mesmo bombeiros de Puerto Ordaz!!!!!

Um pouco mais de Santa Elena


Uma coisa interessante de se notar é que as rodoviarias venezuelanas estao sempre colocadas estrategicamente para serem o mais incoveniente possivel, seja num local que n tenha muito transporte, seja apenas muito distante mesmo.




Essa foto ilustra bem esse fato. Nesse dia tivemos que caminhar cerca de 1 hora e pouco, com as mochilas e tudo, para chegar ao nosso destino. Lá chegamos na praça Bolivar, que por ordem de um antigo presidente, virou o nome de quase todas as praças centrais na venezuela.


Esse é um aspecto interessante da cultura venezuelana. O culto a bolivar é algo incotestevel. Tanto a esquerda(mais a esquerda) quanto a direita veem nele uma figura veneravel.

E é essa a impressao que se tem. Que um lugar de veneraçao, tanto que em algumas praças da Venezuela, quase nao há bancos para sentar, mas nao falta uma estatua de Bolivar e seu cavalo em posiçao central.






Foi justamente ai que conhecemos nosso primeiro anfitriao, o já citado 35. Fizemos uma entrevista com os NEFT(hahahahha...adivinhem o que significa) que é mostrada nessa foto ao lado.

É interessante como os caras que vivem no sitio(35, satanas, etc), sem eletricidade, longe do governo e da oposiçao, o fazem por escolha. Por exemplo Eduardo(carinhosamente apelidado de satanas), que é bastante culto, é apenas mais um trabalhador braçal da montanha, em vez de um burgues da cidade. Vivendo de forma simples de forma comunal, esse pessoal nos faz pensar. Será que eu conseguiria eliminar o superfulo do dia a dia? Será que voces conseguiriam?




9 de março de 2009

El Perrito loco!



Ah sim...ia esquecendo...apresentando: Holffman

La casa de dios y satanas...

Enfim VENEZUELA!!!!


























Pakal e Satanas




Bueno companheiros...desculpem a demora para atualizar, mas estivemos ocupados estes dias. No momento estou atualizando da Universidade Bolivariana de Venezuela...mas depois eu explico como a gente veio parar aqui...

Mas primeiro vamos falar um pouco de Santa Elena de Uairen.


Noss primeira parada foi um pouco peculiar. Assim que chegamos na cidade percebemos que estavamos um pouco enrrolados. Ñao conheciamos niguèm, estavamos em um pais desconhecido, e o tempo estava passando. Providencialmente chega um cara numa bicicleta, com um cabelo meio Hare Krishna e pergunta: Voces tem onde ficar?

Ficamos um pouco desconfiados e resolvemos ir pra outro lugar, mas andamos e andamos(e andamos um pouco mais) e nada. No final da tarde percebemos que ñ iriamos achar nada e eu comecei a prourar o tal cara(nem precisa dizer q andei e andei....)quando estavamos quase indo pra um hotel...falamos com um grupo de hippies, perguntamos dele. Dai chegou um cara e disse: Espere um pouco...esse cara esstava de bicicleta? Tinham tal altura? Ñ tentou te vender algo?

Falei que sim e todos comecaram a rir (sò depois entendemos o pq), esse outro cara, chamado x-35, morava com o que estavamos procurando(Pakal), e nos levou pra sua casa. Infelizmente n nos dise onde era...

Andamos, e andamos , e sempre que perguntavamos se estava perto ele dizia : em 20 minutos estaremos la!

Depois de um tempo ele nos disse que morava numa montanha, pra la seguimos com as mochilas nas costas, que estavam muito pesadas, mas as pespectiva de um lugar pra dormir nos fez esquecer isso.

O lugar era mais ou menos um sitio que ficava do lado de uma invasao de sem-tetos, onde havia muitos brasileiros.

Enfim chegamos, e no sitio viviam 35, que por causa de uma camiseta minha comecou a ser chamado de deus, 13 sua esposa, Cosmo, o filho do casal, Satanas, Pakal, e claro, Holffman o cachorro que pegou as calcas de Pj.

Tudo foi muito tranquilo por là, fora o fato de haver uma igreja evangelica particularmente histerica nas imediacoes(sabe-se la onde) que n nos deixava dormir com os seus gritos diarios atè a hora de fechar, por volta das 11 da noite.

Os mosquitos tambem foram um episodio que merece destaque, atè agora minha perna esta parecendo um Choquito de tantas picadas... mas fazer oq?

Quem nao se lasca n tem historia.

Passamos uns 4 dias por là e seguimos para Puerto Ordaz, que vai ter um post separada devido às dis-graças que acontecerem por là.

Atè mais seus miseras!!