27 de abril de 2009

Nas nuvens...

05/03/2009... Foi o dia que, meio de supetao, saímos de Puerto Ordaz em direçao a Caracas... A cidade que nos permitiu conhecer muita gente interessante... e nos deixou um pouco acomodados também depois de mais de 1 mês de estadia... Internet a disposiçao... Os copos de aveia no lanche da tarde... as culinárias realizadas nos lugares mais óbvios possíveis...

e claro, o convívio diário com os seguranças já que usávamos o banheiro deles para tomar banho, tinham uns muito tranquilos como o nosso amigo Mário... outros a convivencia nao era tao pacifica... mas a noite sempre terminava da mesma maneira... eles nos trancavam no piso 6 (ê piso 6!) e de lá só saíamos no outro dia pela manha. Mas no geral, eram gente boa!



Antes de nos despedirmos de vez de Caracas, de Luís, de Diana, de George, da Aveia e de Mário, tomamos a mesma direçao que tinhamos ido para a cachoeira com George semanas antes, mas dessa vez, andamos mais de 4 km para chegar até o topo do Pico Oriental... um dos mais altos que envolvem a paisagem panorâmica de Caracas e sempre aparece nas fotos da cidade escondida entre as nuvens...


entre as nuvens... pois bem...


A súbida foi cansativa... Tínhamos que parar o tempo inteiro para descansar, mas nao era interessante se deter muito tempo, pois nao parecia ser uma boa idéia chegar ao topo a noite. E foi cansativo...


O primeiro estágio era chegar na Silla, um espaço entre o Pico Oriental e o Pico Ocidental onde pensávamos que iríamos encontrar água... seca ilusao... quando chegamos na Silla encontramos uns caras que estavam fazendo o mesmo caminho que nós e nos presentearam com essa informaçao... pensávamos que teria algum posto de assistência a desocupados que gostam de subir picos altos, cansativos e perigosos... pois é, nao tinha, descobrimos um pouco tarde isso, pois já estávamos quase sem água. Mas enfim... já nao tinha muito o que fazer... subimos... e subimos... e quase sem força para continuar descobrimos uma bela vista... e todos os fenomenos naturais que nos fazem querer ver sempre mais ... Foi mais ou menos isso que aconteceu.

Depois de tanta mata fechada me sentia nas nuvens (literalmente) podendo disfrutar de uma visao panoramica tao rica... Frio, fome e sede as vezes compensa... mas deixando os dramas de lado, chegamos no fim da tarde no topo e de lá pudemos ver o sol se pôr no horizonte... até tenho umas fotos aqui para mostrar o que vi... mas confesso que nao passa perto do que é subir aquilo tudo e poder admirar um espetáculo de cores vivas entre raios de sol, sombras de montanhas e nuvens...

Eita mulesta!



Dormimos lá e podemos comer as arepas geladas mais gostosas que já comi desde que aqui entrei quando Petrus e Kima se juntaram a nós, eu, Rienzy e Igor iniciamos a subida antes deles.
Depois da noite fria e um pouco mal dormida, tudo valeu a pena de novo, a manha que logo se tornou nublada e que poderia ter sido mais clara, também proporcionou outro vislumbramento único acima das nuvens.

Aqui embaixo estao as nuvens... aqueles pontinhos brancos mais embaixo é Caracas



Com pouca água descemos com sede e fome. A montanha parece castigar os músculos das pernas dos desavisados. Nao me esqueço mais quando cheguei até a torneira mais próxima e pude beber água... Estava nas nuvens outra vez...



Ah, e hoje é aniversáio do famigerado Indio.
Parabéns ae seu cabra!








Ps. Por falta de tempo, ficarei devendo as fotos que registrei dos momentos ocorridos...
Mas voltarei!

23 de abril de 2009

Só pra nao dizer que eu nao mando noticias...
Subi a montanha...hahahahahha
Infelizmente agora eu estou sem as fotos entao depois eu escrevo algo mais completo!

Inté!

5 de abril de 2009

Figuras Carimbadas

Pela estrada encontramos alguns personagens que, como se diz na nossa Paraíba, são verdadeiras figuras! Basicamente são pessoas que em um curto espaço de tempo se tornaram nossos amigos como se nos conhecessem a anos. Vou tentar aqui resumir um pouco de nossa história com os anfitriões venezuelanos.


X-35: Habitante de Santa Elena de Uairén, faz parte do grupo NEFT. Vive com sua mulher 13 e seu filho Cosmo em um sítio, onde buscam uma maneira de viver que lhes sejam adequada, isto é, sem seguir chavistas ou anti-chavistas - fazem parte de um terceiro grupo político da Venezuela. Esse grupo é o que não vota no Si ou no No, o grupo da alternativa, do talvez. Dale, Dios 35!!





Eduardo: De família espanhola, é um sujeito muito culto que parece saber tudo a respeito da Venezuela, desde as melhores cachoeiras à melhor música. Com seu jeito peculiar e meio didático de falar, nos impressionou seu comprometimento aos seus ideais - apesar de toda sua cultura, prefere trabalhar no campo e em construção civil, longe de aquisição de riquezas.






Justo: Espanhol, está a três anos viajando pela América Latina. É chefe de cozinha por profissão e chegou na casa de 35 em cima de uma bicicleta, apesar de seu pé quase em estado terminal (exagero é bom e eu gosto). Marcou por utilizar o copo de Igor e a panela do almoço para lavar seu pé inxado... um tanto desagradável.







George, vulgo Mestre dos Magos: Grande mestre dos magos! Nosso primeiro anfitriao de Caracas, aparece e reaparece sem seguir um padrão físico plausível. No banheiro, no metrô, na UBV, quando você menos espera - lá está George! É claro, sem mencionar sua maneira de andar única, contando com passinhos de salsa, assobio e estalado de dedos... figuraça!!







Luís Millán: Não tem nem como descrever o tanto que esse cara nos ajudou. O coordenador nacional de estudos políticos e governo desde o começo nos tratou como verdadeiros amigos do peito. É válido ressaltar seu bom gosto pela música e pela matemática, claro! Não poderíamos estar mais gratos por todo o companheirismo desse torcedor da seleção canarinha... Valeu, seu Luís!!





Diana: Professora brasileira da UBV, trabalha junto com o Luís na Coordenação de Estudos Políticos e Governo. Desde que chegamos em Caracas ela nos passou todos os contatos possíveis de brasileiros e figuras políticas da cidade. Apesar de tudo ainda foi meio chato lembrar com ela do sabor da comida brasileira comparado aos pães com mortadela que temos que comer aqui... fazer o quê? Mortadela é vida! hehe






Freddie: Parceiro que nos recebeu incrivelmente bem na Posada de la Vida. É um artista que faz vitrais, ganhou muito dinheiro, rodou o mundo e quase perdeu tudo por conta das drogas (inclusive sua mulher e filha a quem tanto ama). Sempre nos passava umas arepas roubadas do restaurante da pousada enquanto nos impressionava com sua história de vida.






Wallace: Carioca botafoguense (pasme, Furunco!! Encontramos enfim outro botafoguense!), chegou em Caracas a fins de pesquisa para seu doutorado. Depois de perder seu vôo de volta para o Brasil, veio parar na UBV e por acaso acabamos esbarrando com ele. Subimos à Coordenação e passamos a noite rindo e compartilhando nossas impressões da cultura venezuelana. Foram poucas horas juntos, mas nos despedimos felizes de ter feito um novo amigo... por mais que seu gosto pelo futebol seja zuado hehehe (sacanagem).




Faltaram alguns elementos... mas esses permanecem no pensamento!
Sem mais, hasta luego, chamos!!

4 de abril de 2009

Luís VS Luís

Enquanto esperavamos o passaporte de Rienzy(quanta inconvêniencia para uma pessoa só), fomos testemunhas de um embate EMOCINAAANTE, entre Brasil e Venezuela.

2 de abril de 2009

Excesso de bagagem

Bueno, como vocês devem ter notado faz algum tempo que estamos em Caracas. Só para esclarecer: A culpa é de Rienzy! Ele perdeu o passaporte e agora teremos que ficar aqui até que se resolva isso. Palmas pra Rienzy galera! rsrs

Mas essa postagem nao é para denegrir a imagem do colega(isso virá depois...rsrs), dessa vez venho falar de uma situaçao muito comum durante uma viagem: o excesso de bagagem

Depois de um tempo de viagem, ao colocar a mochila nas costas, é muito fácil dizer se ela está mais pesada ou mais leve do que antes. É simples dizer se você está esquecendo algo, ou levando mais do que deveria.

Umas coisas pesam mais do que outras, entao é possível que você nao note uma camisa ou uma calça a mais que esteja levado, mas com certeza vai notar uma arrogância, temerosidade, ou aquela velha insegurança que você esqueceu de tirar da mala antes de sair de casa.
















O mochileiro tem que ser antes de tudo prático, nao deve carregar peso extra, de forma que mais cedo ou mais tarde vai ter que tomar a decisao de abandonar algumas coisas pelo caminho. Mas também encontramos coisas pelo caminho que podemos ou nao levar conosco. Às vezes parece que passamos por uma peneira, e no final tudo resta é exatamente aquilo que precisamos. Entao mesmo que sejamos teimosos em manter coisas desnecessárias, mais cedo ou mais tarde até a própria teimosia fica pelo caminho.















É interessante onde e quando achamos as coisas. Petrus por exemplo está sempre achando coisas pelo chao. Nao passa um dia sem que ele ache algo, na rua , no banheiro, em cima de uma árvore, etc. Já eu, nao acho coisas o tempo todo, mas eu tenho minha cota de sorte, já achei coisas muito interessantes no metrô de Caracas, por exemplo.















Interessante também é o que nos faz perceber que estamos levando algo que nao deveriamos.

Alguns dias atrás George, deixou a barraca de Kima no posto do guarda parque no monte Ávila. Entao eu e o Sr. Cucarachita tivemos ir ao monte para buscar a barraca. Pouco antes de chegar ao pé da montanha achei uma bota no rua. Em "perfeito" estado.

Obviamente como nao poderia deixar de acontecer comigo ele nao deixou a barraca no pé do monte. Nao. Ele deixou lá em cima, e nós subimos para busca-la.

A subida que já nao é muito fácil, ficou ainda mais interessante, quando o guia nos pediu ajuda para levar uma feira para o posto do guarda parque. Imaginem a gente carregando as compras montanha acima.

Com o peso de tudo aquilo e mais minha bolsa tive que deixar a bota na montanha, para tentar chegar de pé lá em cima. Engraçado, às vezes as situaçoes mais inusitadas nos fazem pensar.















Lá subindo a montanha com os sacos de supermercado consegui responder uma pergunta que estava me fazendo desde que fui ao Parque Miranda procurar uma coisa que tinha perdido.

Porque eu estava procurando aquela coisa?

A resposta era que nao fazia sentindo, porque eu nao precisava dela.

Na subida, Kima ficou numa parada, e eu segui com as compras para pegar a barraca. Pedi informaçoes sobre como chegar no guarda parque(explendida forma de subir uma montanha: pedir informaçoes...¬¬), e como eu tenho muita sorte me deram a informaçao errada. Entao eu subi, e subi, e subi...

E o saco da carne rasgou...

Voltei pra dizer para Kima que o guarda parque era que nem deus(nao existe, sacaram a piada sagaz? ¬¬)

E descobri que era exatamente onde eu tinha deixado Kima.

Lá embaixo descobri a bota exatamente onde eu a havia deixado. Me senti com sorte. Ganhei uma bota de presente, mas havia deixado algo lá em cima no Ávila.

De qualquer forma eu desci com a sensaçao de me livrar de um peso desagradavel.

Nao sei ao certo o que deixei por lá. Mas eu estava com algo desnecessário.

E com certeza agora estou mais leve.
















p.s: Gracias a una chica que me hizo darme cuenta de eso

=D