11 de março de 2009

Mira coño, estamos jodidos!

Momento pao com mortadela antes de ir para Puerto Ordaz...notem o suor e a cara de cansados depois de 1 hora de caminhada.



Depois de uma estadia confortavel em Santa Elena seguimos para Puerto Ordaz. Atè agora nao sei de quem foi essa ideia estupida, mas no momento realmente, pareceu uma boa ideia para todos. Nao sabiamos o que nos esperava...

chegamos as 5 da manha, de forma que deu atè tempo de um cochilo. Depois de um descanso merecido fomos atras do basico: comida, abrigo e entrevistas.

A cidade parecia como qualquer outra cidade grande. Com Mcdonald´s , e shoppings por todo lado. Parecia um cidade artificial. Artificial e auto-explicativa: A praça dos tubos estava cheio de tubos; e a praça do ferro...bem...estava cheia de ferro!

Depois de passar por avenidas muito largas, e de algumas ligaçoes mal sucedidas, decidimos fazer a coisa mais logica numa situaçao dessas: Pedir abrigo ao prefeito!

Mientras eu e Kima partimos para mais essa aventura, o resto da galera ficou com mais um momento pao com mortadela!!!!

Entramos num onibus sem a certeza de estar indo para o lugar certo, porque a sede da prefeitura ficava em o que era outra cidade, antes da uniao das duas; ou seja a sede de uma cidade ficava na outra, meio perdidos seguimos rumo a San Felix mas como as piadas infames de Kima chamaram atençao, logo uma senhora começou a conversar e nos explicou onde deveriamos ir. Ela pensou que nós eramos caça-talentos, e pensou que era essa a oportunidade dela, falou que era atriz e tal.

Depois de uma viagem um pouco longa, chegamos a San Felix, a sede da prefeitura. O que nao seria nada extraordinario, fora o fato de que todo mundo a quem pediamos informaçoes dizia:" No te metas por San Felix", ou "San Felix? É por ali....mas nao vá pra lá! Voce vai ser roubado" etc. Falaram tao mal do lugar que quando finalmente descemos do onibus, Kima ja estava pedindo para ir embora. Corremos logo para a Alcaldia(prefeitura), com a esperaça de pelo menos conseguir um rango gratis.

Chegando na recepçao eu incorporei o senhor dos engolobadores, Alberto Granado, e comecei com a ladainha que, apesar de ser verdadem soa comoum 171 miseravel: "Buenos dias, nosotros somos estudiantes brasileños e estamos hacendo un documental pero no tenemos donde quedar...blablabla "

Fomos mandados de uma sala a outra, de um departamento a outro, atè parar no departamento de comunicaçao e imprensa, onde, depois de um cha de cadeira de 1h e 30 minuntos(razoavel para os padroes venezuelanos) fomos apresentados a um cara que faria atè o maior malandro do mundo ficar com vergonha. Era o relaçoes publicas do lugar(que n era o chefe do departamento, mas so descobrimos isso no final). Tirava de tempo, enrrolava, e a cada 1 hora vinha dizer pra gente :"20 minutos e jà atendemos voces". Sem assim atender nossos pedidos, que eram uma entrevista, ou mais importante : um lugar pra ficar.

Mais 1 hora de espera e finalmente fomos apresentados ao presidente do conselho municipal,Rafael Parra, para uma entrevista.
Fomos entrevista-lo em sua sala, para ter um pouco mais de tranquilidade, mas a todo momento eramos interrompidos por um celular de procedencia ignorado que tocava Reggaeton(especie de Calypso local, so que mais derrubado), nessas horas a vontade rir era incotrolavel, prinpalmente quando ele olhava pro celular com rabo de olho, e eu tentava nao olhar pra Kima porque sabia que ele estava se acabando de rir por atrás da camera. No caso dele era mais facil, mais eu como entrevistador tentava nao pensar no pitoresco da cena para estagar tudo.

Nesse ponto, a quase um dia sem comer, e sem dormir direito, nós estavamos exaustos, e ambos começamos a dar a boa e velha pescada.

Sorte que uma secretaria, talvez percebendo o nosso suplicio, nos ofereceu um café que deu pra nos seugurar. O Senhor Parra, falou por cerca de 1 hora e 15 minutos ininterruptos, o que seria otimo em uma situaçao normal porque conseguiamos muitas informaçoes, mas com a bateria da camera descarregando, e Kima quase dormindo, eu tentei por algumas vezes, sem sucesso acabar a entrevista. Principalmente porque estava ficando tarde e eu estava começando a imaginar a prefeitura fechando e nòs ficando na rua sem ter onde ficar.

Mas realmente foi uma entrevista produtiva. E ao final ele prometeu nos ajudar a encontrar um lugar onde ficar.

Ai que começou o verdadeiro chá de cadeira. Novamente mandados pro departamento de comunicaçao e imprensa, disseram que no atenderiam e "Un momentico".

E de momentico em momentico o tempo foi passando. E passando.Esperamos tanto que ja começavamos a conhecer os funcionarios do lugar. Depois de um tempo(cerca de 2 horas de espera) um funcionario me chamou. Animado, peguei minhas coisas e entrei na sala. Logo ele me explicou que nao iria nos atender, mas sim, que precisava da minha ajuda. Estava moendo um brasileira pela internet, e precisava de uma cantada em portugues...

Em resumo: estavamos a umas 2 hrs e pouco esperando alguma coisa, e o cara me pediu para moer alguem...

Pausa para reflexao

...

...

...

Pelo menos eu estava moendo alguem...kkk


Apareceu mais alguem dizendo um momentico. E outro. E outro.

As pessoas estavam sendo atendidas e iam embora e nos ficavamos. Passamos tanto tempo là que eu ja me sentia parte da decoraçao do lugar.

Mas quem nao se lasca nao tem historia.

Pra encurtar um pouco a historia: passamos ao todo umas 5 horas esperando(em pé), antes de ser atendidos para finalmente recebermos um previsivel nao. Mas como somos brasileiros e nao desistimos nunca, começamos "somos estudiantes...e tal", prestes a nos levantar a moça que estava nos atendendo tirou um envelope cheio de dinheiro da mesa e começou a contar dizendo"tudo que posso fazer é dar uns trocados a voces"... acho que a cara de cachorro sem dono de Kima ajudou porque ela deu 200 contos pra gente. Ou vai que ela contou errado. Sei là.

De quebra pela espera ganhamos duas bandeirinhas da Venezuela um mapa da cidade(alem dos trocados, é claro...), e uma carona de um funcionario que ficou com pena da gente.


Pensam que acabou?

Quando chegamos ao centro os caras ja estavam esperando a gente a umas 9 hrs, e sem saber onde estavamos. E o pior è que as diarias dos hoteis eram cer ca de 400 Bl. por pessoa, n serviriam muito o dinheiro que ganhamos. Eram 9 meia, e o tempo estava passando. Por sorte perguntei a um cara passando onde poderiamos ficar. Ideia meio louca, mas valida.

Foi corre negada até chegar la...e olha que o lugar era mais longe que a rodoviaria. Ficava literalmente na PQP.

Andamos. E andamos. E andamos....e finalmente chegamos ao...(pausa dramatica) quartel de bombeiros local...rsrs

Pela ultima vez do dia me adiantei e comecei "Mira, nosotros somos estudiantes brasileños y estamos haciendo un documental..."

Ai o cara disse com o rosto serio:

-"Em resumo- e o que eu creio que foi uma pausa dramatica da parte dele, para logo abrir um sorriso largo -voces nao tem inde ficar(kkk). Vamos entrando, pode vir!"

Indescritivel o alivio de saber que se tem um teto para dormir.

Depois de um tempo chamei umdos bombeiros para tirar uma foto porque ninguem acreditaria nisso depois(eu nao acreditaria)


Algumas vezes na noite fomos acordados por uma sirene do quartel, mas nada pode nos perturbar porque o pessoal tinha nos dado até colchao pra dormir!


Levantamos cedo no outro dia, e partimos rumo à rodiviaria, dessa vez sem destino certo.Mas o lugar para onde iriamos se mostraria depois um lugar mais louco que Puerto Ordaz!

Mas isso fica pra proxima.

Pois pessoal, quem nao se lasca nao tem historia...



P.s: Valeu mesmo bombeiros de Puerto Ordaz!!!!!

10 comentários:

Atrevimento disse...

Que LEgal essa História da prefeitura...penso que se fosse em campina vcs estariam lascados. Força e malandragem pra vcs

Unknown disse...

Vocês são foda! Parabéns pelo feitio.

BamBoocha disse...

q doidera....prefeito filho da puta...pelo menos vc´s foram atendidos...aqui vc´s num ia nem chegar na prefeitura... avelhinha robava vc´s dentro do onibus ..kkkk muito massa....muito bom...é verdade "quem não se lasca não tem historia"

Anônimo disse...

AUHAUHAHAUHAHUAHUHAUHAHAHUAHUUAHUHA

Caralho, mto boa essa do bombeiro... Quero ver a foto depois.
Boa sorte, meninos.

Thiago Gomes da Silva - Gael disse...

KKKKKKKKKKKKKKK.... perfeito!
um pouco mais de inveja amigos! =D

Unknown disse...

Valew pela insistencia!!
se fosse aqui em recife, vcs nao estariam mais com essa camera fotografica há muito tempo...hehe
boa sorte pra vcs, e matenham o blog atualizado!!
abração!!

Thobias disse...

Fiquei com pena da senhora artista rsrssrs. Bem que os "estudiantes brasileños" poderiam ter dado uma força a ela


Quem não se lasca não tem história! rsrsrsrs.

ri muito com essa história!

Marcilo Ramos disse...

Por emquanto essa saga tá em primeiro lugar e em segundo a estória dos 7 dias no barco super lotado. Qual será a proxima odisséia? Será que ganhará destas duas citadas aqui? Tô doido pra ler o proximo capitulo!

Unknown disse...

ah! só p constar! eu ri quando tocou o reggaeton porque o cara continuou falando como se nada estivesse atrapalhando ele!

mas fora isso eu num acho o rítimo ruim, nao. nao gosto é da alienaçao q se faz com esse rítimo. na verdade com qualquer tipo de música!

continuem sacando o blog!
abraços

Alberto Magno disse...

5h de 'cadeira' por meia diaria, 2 bandeirinhas, um mapa e uma carona. Ainda ter que muer a doidinha pro cara. Dai chega nos bombeiros e em meia hora ja estão com teto e colchão. Que coisa! Boa sorte ae pessoal!

por: Beré